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Eu agredi porque fui agredida.
Educar faz parte.
02/05/2017 - Fabiola Sperandio
“Eu agredi porque fui agredida...”, assim começou o relato de uma garota de 11 anos. Uma situação bem característica nessa idade são os conflitos entre os amigos. É a idade da busca da inserção em um grupo além do familiar. Uma idade perigosa, porque querem ser aceitos e se submetem a situações que muitas vezes fogem dos princípios e valores até então aprendidos. Então, como lidar com os nossos filhos quando começam a criar asas? Como tratar uma situação de experimentação grupal sem afastá-los dos pais?
A situação que inspirou minha escrita foi o fato de um grupo de meninas questionarem a atitude de uma determinada colega. Com isso, elas se uniram para “dar um gelo nela para ela aprender”. Diante dessa atitude, todas as envolvidas mostraram um lado que não combina nem um pouco com o que a família e a escola conhecem. Uma hostilidade e frieza de espantar. Um palavreado e um tom de voz que nos fazem pensar. Onde estão aprendendo isso? Por que nos assustamos tanto?
Infelizmente, desde a minha época escolar, eu presenciava atitudes assim. A grande diferença é que não tínhamos aplicativos nem redes sociais para fomentá-las e divulgá-las. Dessa forma, tudo passava muito mais rápido e o que era desentendimento, de repente, trazia fortalecimento de amizades. Hoje, a tecnologia, que tantos benefícios nos trouxe, também escancarou um lado que não desejamos ver em nossos filhos.
Até quando vamos aceitar o “toma lá, dá cá”?
Lembra quando nossos pais fiscalizavam nossos cadernos, livros, mochilas? Hoje, precisam incluir o celular. Pais que acompanham tudo o que compõe a vida de seus filhos conseguem atuar mais rápido porque flagram as primeiras tentativas de ousadia. E como nossos filhos têm ousado!
Voltando à justificativa da criança que agrediu por ter sido agredida, ela gerou uma excelente oportunidade para reflexão. Até quando vamos aceitar o “toma lá, dá cá”? E quando são os próprios pais que incentivam a devolução na mesma moeda? É notório que, quando mexem com a nossa cria, muitas vezes agimos de cabeça quente. Mas precisamos respirar, pensar e só depois nos posicionar. Afinal, nosso filho aprenderá algo aos 11 anos, que carregará por toda a vida. É esse o ensinamento que pretendemos deixar? E quando no “toma lá, dá cá”, ele sair perdendo? Não será difícil para nós, ao avaliar a situação, perceber que isso é fruto de nosso ensinamento há algum tempo?
Somos muito críticos às atitudes do outro e, muitas vezes, vivemos em uma cegueira quando é algo de um dos nossos. Não podemos agir como se fossem dois pesos e duas medidas. Aquilo que tenho exigido, baseado nos princípios e valores que prego, precisa ser praticado também.
Se os filhos são nossos espelhos, o que ando refletindo?
O “agredi porque fui agredida, mamãe” precisa ser trabalhado intensamente. Muitas vezes, vejo pais dizendo: “Sinto que estou criando bobos”, “Meu filho é educado demais e acaba sendo incompreendido”. Isso, eu sempre rebato com uma reflexão. Não tenho que criar filhos “espertos”, preciso educar meus filhos para que saibam se defender pela argumentação inteligente e nunca pela força física ou pelo palavreado chulo.
Se os filhos são nossos espelhos, o que ando refletindo? Se minha linguagem não está clara, preciso prestar atenção à leitura que estão fazendo. Se os filhos estão escolhendo um caminho diferente do que recebem dos pais, prestem atenção nos motivos que estão levando-os a mudar a rota. Muitos pais se preocupam com as companhias e só falam dos colegas. Eu alerto que, mais importante que verificar quem influencia, é entender o motivo pelo qual ele se deixa influenciar, ser manipulado e por que, entre tantos amigos, ele escolheu justamente o que demonstra princípios e valores contrários aos dos familiares. Muitas vezes, nos acovardamos em culpar o outro por não termos coragem de enfrentar as situações que devem ser trabalhadas nos nossos filhos. Pensemos nisso!
*Fabíola Sperandio T. do Couto é graduada em Pedagogia pela UFG, especialista em Psicopedagogia e Terapia de Família e Casais. Trabalha como diretora pedagógica escolar, com uma experiência de mais de 28 anos em educação. É palestrante e terapeuta familiar e de casais. Acompanhem também o blog fabiolasperandiodocouto.blogspot.com.br.
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